O capital humano e as mudanças organizacionais

23/10/2013 18:45

Desde os primórdios do mundo, as transformações culturais e sociais caminham lado a lado com o tempo transcorrido. Junto a essas inovações, observamos o papel do homem na efetivação dessas mudanças. Já no período chamado de Pré-História, o ser humano, em sua curiosidade, faz uma das maiores descobertas da humanidade até hoje: o fogo. A partir daí, dá-se então um novo rumo à nossa história. Na Idade Média, por exemplo, a invenção da "Charrua" permite um melhor tratamento da terra para aumento e qualidade da produção agrícola, que era a base da subsistência naquele período. Assim, percebemos o homem atuando e protagonizando eventos considerados "chave" no decorrer dos tempos.

Seguindo esta linha de análise, surge logo após o considerado "período das trevas" (como era considerada a Idade Média) a mudança do sistema agrário para um novo modelo de produção: o sistema industrial, através do uso de máquinas e a substituição de mão de obra humana por métodos tecnológicos. O Renascimento Cultural e Comercial trás consigo o homem como o centro de toda a atenção, o qual começa a descobrir novas possibilidades e almejar novas oportunidades de ser feliz. Contudo, neste momento de mudança de hábitos, há uma procura desenfreada por aumento de produção e novas técnicas de trabalho, porém o próprio ser humano passa despercebido na linha de prioridades das novas fábricas e indústrias, passando a ser visto como mais um componente de estoque.

Somente após o advento da Globalização, surge a emergente necessidade de adequação às mudanças ocorridas principalmente pelo investimento em tecnologia, expansão dos mercados consumidores e estreitamento entre as nações em suas práticas comerciais. E, para que este novo modelo econômico possa fluir de forma regular e concisa, o ser humano tem um papel fundamental para a construção de novos modelos de produção e fortalecimento das organizações e nações. Observamos o modelo chinês de investir pesado em tecnologia de ponta, mas contrastar com o desrespeito aos direitos trabalhistas dos colaboradores das organizações.

Todavia, com a nova ordem mundial e a formação de blocos econômicos há uma quebra de barreiras e o predomínio do sistema capitalista. As empresas começam lentamente a investir no potencial das pessoas e sua qualificação profissional, contudo somente com a efetivação do modelo globalizado de produção, negócios e serviços as empresas começam a observar o verdadeiro e indispensável valor dos colaboradores para a sustentação e desenvolvimento das organizações, cada vez mais internacionalizadas. Como exemplo dessa internacionalização, podemos citar o caso das empresas de fruticultura da região do Vale do São Francisco, caso das cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), que exportam vários tipos de frutas para países europeus e asiáticos, gerando emprego e renda para centenas de famílias.

Desta forma, surgem novos conceitos para a sociedade do final do século 20 e início do século 21: a Sociedade do Conhecimento, da Informação e da Comunicação, sendo as pessoas, ou seja, o capital humano o diferencial para esta nova ordem socioeconômica. Foi se tornando evidente que pessoas estimuladas também estimulam a produção, aumentam o rendimento das organizações e, consequentemente, espera-se que ocorra um aumento de rendimento e de satisfação pessoal, formando uma cadeia de benefícios mútuos entre empregado (colaborador) e empregador (organização).

Neste novo padrão de conceitos e nuance, o capital humano torna-se a principal locomotiva para o sucesso das empresas e para sua efetiva competitividade no disputadíssimo cenário econômico. Observando o filme Tempos Modernos, de 1936, coma excelente atuação de Charlie Chaplin no papel de um sofrido operário, podemos notar a principal preocupação da organização vista no filme: a produção em larga quantidade, sem se preocupar com o lado social dos colaboradores. Em mais uma de suas ótimas atuações, Chaplin incorpora um trabalhador que vive uma constante pressão no local de trabalho, sofrendo ameaças, sendo altamente exigido e sem ter a devida atenção dos chefes da organização. Aliás, observamos no filme um chefe dando ordens através de um aparelho transmissor de imagens, ou seja, sem qualquer aproximação direta com seus subordinados, desrespeitando os princípios da ética e da moral.

No próprio filme, há uma cena em que um grupo de investidores apresenta uma máquina para alimentar os funcionários durante o expediente de trabalho, para que possam produzir mais e não percam tempo, como se as pessoas não tivessem outras necessidades além da alimentação básica. Não havia segurança no trabalho, os descontentes que se manifestavam eram combatidos pela polícia e a consequência desta turbulência era tanta que levou o personagem protagonista a crises nervosas.

Diferentemente do que foi retratada no filme, atualmente a greve é um direito legal do trabalhador e cada vez mais estão sendo preparados profissionais para atuarem como técnicos em segurança do trabalho (aliás, uma das áreas que mais crescem em termos de profissões técnicas).

No padrão de sociedade que o mundo dispõe no mundo contemporâneo, não há mais espaço para ociosidades e falta de visão estratégica. A organização que quer se destacar das demais tem que investir regularmente em treinamento e desenvolvimento de suas equipes, considerando que são os colaboradores, com suas competências e habilidades específicas, que vão construir uma organização forte e sólida neste novo século de intensidade comercial e tecnológica.

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